quarta-feira, 4 de março de 2009

POEMA FINAL

Quero uma morte tranqüila
e nada de repouso e leito
quero janelas abertas
enxurrada nos pés
e céu congestionado de estrelas

Quero uma morte branda
como passagem permitida
com músicas de domingo
cheiro de café das manhãs
e muito pão de queijo dormido

Quero uma morte serena
como mão docemente estendida
arrodeada dessas coisas banais
que desviam caminhos traçados
e dão sentido à vida

Quero uma morte à altura
de quem sempre tramou esperanças
e quero partir antes dos meus sonhos
pois sem eles a morte é repetida
sem sonhos não se morre tranquilo
sem sonhos não se vive a vida

4 comentários:

  1. Por qué final? Poetas como tú deben soñar y escribir sin final

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    1. Gracias.
      Creio que entendemos final em sentidos diferentes. Mas estou vivo, junto com meus sonhos.

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  2. Onde não há sonhos, a esperança ali não reside. Mas se sonhos há... que ironia, quero uma morte tranquila, mas hoje não, será sempre depois de amanhã... 😊

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