domingo, 5 de fevereiro de 2023

DA DOR AO INFINITO

 Quem se importa se lá longe a vida é morta

sangrando ideias poucas em noites frias

Se achada no corpo a bala perdida

Da distância não se ouvem os gritos?

 

Quem se importa se ali perto a vida é torta

definhando sonhos em canudos curtos

Se esqualidados os corpos e corrompida a vida

Da queda lenta não se ouvem os gritos?

 

Quem se importa se ao meu lado a vida é porta

Afastando abraços em distâncias medidas

Se destruindo laços em aventuras perdidas

Da dormência do outro não se sente o conflito?

 

Longe, perto ou ao lado é certo

Soem as trombetas do amor explícito

Que não há distância que nos separa

Da dor do outro ao infinito

 

Venham chuvas e tardes ensolaradas

Venham mesas postas e comida farta

Venham deuses em nosso apelo

Que a saudade não basta

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